sexta-feira, 11 de junho de 2010

Poeta-morto

Não sei escrever
Não sei rimar
Armar, mudar, completar
Insisto por me iludir
Por fingir
Sonhar, acreditar, mentir
Pois não existe poeta que não saiba amar
Ou ao menos isso enxergar
Cansado de verdades alheias que cercam
De gente que realmente é inteligente
E que de verdade ama
Pois sofre por amor
Ou diz sofrer por amor
Que vê beleza nessa dor
Ou que diz que sente dor
E é tão convicto que faz sua verdade a verdade
E nega veemente
Eu não entendo de verdades
Eu não sofro por amor
Eu não nasci pro amor
Eu não nasci pra dor
Eu não sou poeta
Sou roto
No máximo, poeta-morto

domingo, 6 de junho de 2010

Rabiscos no seu corpo

Não há melhor lugar para seu corpo narrar
Do que seu próprio corpo
Por todas suas belas curvas deslizar
Obedecendo seu gosto

Os versos nascerem em sua inspiração
A cada letra, um beijo
Descrevendo gostosa sedução
Meu doce desejo

Marcando sua pele com poesia
Em palavras, seu corpo
Para depois apagar com a minha
O meu decoro